OS DESAFIOS DA INTERMUNICIPALIDADE, por Maria Alda Barata Salgueiro

OS DESAFIOS DA INTERMUNICIPALIDADE

(Este artigo não segue as regras do novo acordo ortográfico)

Na última edição do Jornal foi publicado um artigo da autoria de Eduardo Lyon de Castro –  “As Autárquicas no Pinhal – 1 , o qual faz  uma criteriosa  análise  sobre as Autarquias  e aproveita o momento para  sugerir uma estratégia futura  que dê notoriedade e força ao Interior: A inter-municipalidade.

 Diz o autor do artigo ….” O sentimento da minha terra terá de dar lugar ao sentimento da minha região….”. Trata-se de um diagnóstico conciso e pragmático do desempenho das Autarquias no passado e na necessidade de terem de encontrar uma outra estratégia para enfrentar o futuro imprevisível, estratégia essa que deverá passar por uma união de esforços tendo em conta os mesmos fins – o progresso do Zona Interior do País.    

Os tempos mudaram as mentalidades e as rivalidades do foro hereditário rural já não fazem qualquer sentido. Hoje, com a informação ao minuto e á escala mundial, exige-se paz e garantia de bem-estar não interessando tanto o lugar onde se vive mas sim como se vive.

 

Casa de José Malhoa

A ideia de intermunicipalidade regional com os mesmos ideais de realização em zonas mais despovoadas, será a via mais natural e por ventura a mais eficaz no sentido de os municípios conseguirem ver satisfeitas as suas reivindicações. Além disso, o associativismo intermunicipal poderá trazer um valor acrescentado em diversas áreas, em especial na divulgação e na valorização do património da região, como é o caso particular da Zona do Pinhal Interior, que só agora começa a apresentar condições fiáveis para o investimento de projectos adequados à sua particularidade geográfica.

 

Teatro de Marionetes

Seria um desafio interessante para os vários intervenientes, principalmente para a população jovem dos municípios desta Zona apostarem na investigação, na pesquisa e na conservação do património local em termos de visibilidade turística e em particular de valorização nacional. A riqueza e a particularidade da história, da etnografia, da gastronomia, da enologia, do turismo rural, da religiosidade popular, das inúmeras “Alminhas,”à beira dos caminhos, das festas populares, da pirotecnia e muitas outras áreas que fazem parte exclusivamente do património regional, ficarão no esquecimento, esvaindo-se na frivolidade dos tempos, se ninguém se lembrar de que a solidez do futuro dependerá muito do valor que se der ao passado.

 

 

Este poderá ser um pequeno passo em situação de intermunicipalidade, outros de mais envergadura poderiam surgir no mesmo contexto.

Um exemplo de associativismo deste tipo, com sucesso e visibilidade, é a Associação Al-Baiaz sediada em Alvaiázere. Nasceu em 1997 por iniciativa de um grupo de pessoas que se propôs estudar, cuidar e promover o património do seu município e também o de outros municípios com características históricas comuns: Alvaiázere, Figueiró do Vinhos, Ansião, Pedrógão Grande e Castanheira de Pêra. Trata-se de um exemplo de dedicação, altruísmo e de amor à região, e é bonito ver o excelente trabalho de pesquisa levado a cabo por jovens historiadores, engenheiros, arqueólogos, designers, que orgulhosamente disponibilizam o seu tempo na divulgação não só da história humanizada, mas também da geologia e da biodiversidade de toda uma Região.

É um bom exemplo a seguir.

(A minha saudação ao autor do artigo mencionado).

 * Maria Alda Barata Salgueiro, Colabora com o Jornal de Oleiros, desde a fundação.  

 
 

 

 

Sobre Jornal de Oleiros

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