“Sustentabilidade, insustentável”
Instabilidade, depressão, recessão, falências, desemprego, miséria e fome, fazem parte do quotidiano dos portugueses nestes tempos de adversidade.
O governo continua apostado em aplicar a reforma do estado social, nesse sentido encomendou ao FMI o relatório sobre a reforma do estado, uma vez mais, errou, sinceramente já nem sei se por ignorância, impreparação ou fazendo jus á sua política ultraliberal, ao bom exemplo das ditaduras.
Mas este estudo, caso seja aplicado pelo executivo, será o descalabro total, mais que o fim da linha, o descarrilamento. Deste relatório destacam-se três medidas: uma redução de 10 a 20% no numero de funcionários públicos (coisa pouca, cerca de 100 mil empregos em risco),um corte de 3 a 7%aos salários, uma diminuição de 20% nas pensões da Caixa Geral de Aposentações e uma redução de 15% nas reformas da segurança social acima das pensões mínimas, sem duvida uma catástrofe.
A terreiro o parceiro da coligação, avisou ontem o chefe de executivo que estas propostas não são aceitáveis, a coesão esfuma-se, a crise política vem a caminho.
No entanto convém ressalvar que após aprovação do pior orçamento de estado, que há memória, já o ilustre presidente da republica, optando pela posição intermédia, quiçá agradando a gregos e a troianos, ou seja promulgar o orçamento, mas solicitando a sua fiscalização sucessiva pelo Tribunal Constitucional, caiu num erro crasso, já que caso seja considerado inconstitucional, como a maioria da sociedade politica e social considera, o executivo terá de arranjar 1.7 milhões , previstos como receita por essas medidas sob pena de não conseguir cumprir o seu programa, afinal a formula que tem permitido o financiamento do país, decorrente do memorando assinado pela Troika. Melhor dizendo as famosas tranches por cuja chegada as finanças suspiram e que tantas dores de cabeça e olheiras dão ao Gaspar.
Será este momento que o chefe do executivo anseia, só pode a fazerem tantas asneiras, aí sim poderá afirmar não fiz porque não me deixaram, e apresentará a demissão.
E Portugal ? É este o paradigma, sem governo sem alternativas credíveis, com os mais capazes a fugirem deste filme, com o presidente a morrer na praia. Ai Portugal!! Ai Portugal, nem se enterram os mortos nem se cuidam dos vivos .
Ás vezes pergunto-me, que raio porque se poupa sempre os lobos e se sacrifica sempre as ovelhas, isto há cada coisa ?
Bem hajam
Carlos Fernandes
Director-Adjunto