Corria o ano de 1934, quando o empresário português, Luís António Maravilhas com loja na Rua do Arsenal nª120 se tornou agente exclusivo dos candeeiros Petromax de fabrico alemão em Portugal.
Tempos aqueles que a palavra Marketing nem sequer era conhecida na semântica nacional, todavia a sua visão empresarial, baseada na análise do meio envolvente, logo o motivou para investir nesta marca já que devido à crise energética e à constante falta de electricidade na cidade, ali viu uma excelente oportunidade de negócio, e em boa hora o fez.
Contudo duas dúvidas o assolaram, depois de escolher valor ou seja delinear a sua estratégia de mercado objectivo, a primeira como comunicar valor, dar a conhecer a marca depois como agradar e ir ao encontro da procura , se nestes nossos tempos os canais de distribuição e comunicação são globais e acessíveis naqueles tempos tudo era diferente tinha como aliados e ferramentas simples panfletos e jornais, além do efeito boca à boca hoje denominado dominó, mas também aí necessitava agradar a gregos e a troianos, já que o regime vigente na época não era de todo favorável.
“O melhor e mais económico candeeiro de incandescência”

Carlos Fernandes
Foi este anúncio (imagem a publicar em breve) que surgiu nas páginas dois maiores jornais da época, “Revolução “ e “Revolução Nacional”, sendo que os mesmos eram rivais e com ideologias diferentes o primeiro conotado com os camisas azuis do Nacional Sindicalismo de Rolão Preto (pai do fascismo português) , o segundo representante feroz do estado novo e com bastantes similitudes ao Nazismo alemão .
Perante este cenário Luís António Maravilhas soube aproveitar e de que maneira os valores visuais da marca Petromax , já que a mesma no seu desempenho ia ao encontro destes ideais , ora vejamos a luz emanada pelos candeeiros era azulada, indo ao encontro do ideal dos camisas azuis ao mesmo tempo, encontrava-se com a outra fracção pelo facto de ser de fabrico alemão. Pois foi com estes valores visuais em conjunto com os verbais como rigor eficiência robustez , apelando ao aspecto económico que meia Lisboa se tornou adepta destes candeeiros .
E hoje nesta Lisboa de chama apagada, que saudades do Petromax, mais que não fosse para alumiar os nossos erros
Bem hajam
Carlos Fernandes